Ela foi uma alemã judia que desistiu dos estudos em línguas estrangeiras para seguir uma carreira que não era nada comum para as mulheres de seu tempo.
Ela enfrentou a resistência da sociedade para entrar na faculdade, era uma das duas únicas mulheres de sua faculdade, onde só podia frequentar como ouvinte e ainda precisava de autorização de cada um dos professores da turma para assistir aula.
Ela conseguiu concluir o doutorado e lecionar em universidades na Alemanha e nos Estados Unidos, recebendo nada ou quase nada pelo seu trabalho e, apesar de tudo, conquistou o título de “mãe da álgebra moderna”.
Autora de um teorema já comparado ao de Pitágoras, Emmy Noether, lutou a vida inteira para (pasme leitor) apenas exercer sua paixão de aprender e ensinar matemática. Num contexto marcado pela exclusão das mulheres da área acadêmica, pela perseguição aos judeus, ela conseguiu desenvolver trabalhos brilhantes e, mesmo hoje, ainda não recebe o devido reconhecimento. Tendo em mente essa pequena parte dos feitos de Emmy que acabei de citar, eu convido a você que está lendo este texto a parar e refletir sobre o seguinte questionamento: Que contribuições ela poderia ter feito, caso não houvessem tantas barreiras em seu caminho?
Lamentavelmente, Emmy Noether ainda faleceu no auge de suas produções, devido a um câncer, aos 53 anos de idade.
O teorema mais famoso de Emmy Noether
Em 1918, ela demonstrou um teorema que “une dois conceitos: as leis universais de conservação e as simetrias na natureza.” (SAITOVITCH et al, p.32, 2015). Tal teorema é capaz de dar suporte às mais variadas teorias, relativísticas e não relativísticas. Como podemos, então, descrever esse teorema?
Não é nada fácil, devo admitir meu caro leitor. Eu deveria entrar em demonstrações que nem eu tenho o conhecimento matemático para entender, entretanto…
Vou compartilhar essa simples e bacana analogia que encontrei no trabalho do Adriano de Souza Martins lá do ano de 1999. (Perceba que eu fui longe para poder trazer essa explicação para você kkk…)
Em se tratando da mecânica não relativística, podemos pensar no teorema de de Noether como uma máquina que se entra com a transformação de simetria em uma variável qualquer e sai uma grandeza conservada.
O que é transformação de simetria?
Pense em uma bolinha, independente de onde você observa ela (de baixo, de cima, de lado…), verá uma esfera. Essa é apenas uma ideia inicial sobre simetria, na física o conceito de simetria será um pouco mais complexo:
“Diz-se que um sistema físico tem simetria se for feita uma mudança nesse sistema tal que após essa mudança o mesmo continue exatamente como era antes.” (MOREIRA, p. 2, 2019)
O que é a grandeza conservada G?
Uma determinada expressão que caracteriza um sistema e não muda com o tempo, ou seja, uma constante de movimento.
Referências:
Saitovich, E. M. B.; Funchal, R.; Barbosa, M.; Pinho, S.; Santana, A. (orgs), Mulheres na física, casos históricos, panorama e perspectivas, São Paulo, Editora Livraria da Física, 2015.
MOREIRA, Marco Antonio. O conceito de simetria na Física. O CONCEITO DE SIMETRIA NA FÍSICA E NO ENSINO DA FÍSICA, p. 9.
MARTINS, Adriano de Souza. Simetrias e leis de conservação na mecânica clássica. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 21, n. 2, p. 33-39, 1999.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Atenção! Lembre-se de comentar com responsabilidade e respeito ;)