quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Experimentos e Simulações na Educação Online

Olá leitor! O tema de hoje pode causar algumas dúvidas para professores que estão iniciando na Educação Online, principalmente nos que são da área de exatas. Para discutirmos esse assunto, vamos tentar responder algumas perguntas chave:
  • Porque usar experimentos? Quais as vantagens?
  • É possível usar experimentos na Educação Online?
  • Simulações substituem os experimentos?
Para início de conversa, é fundamental definirmos o que pode ser tido como experimento, ou atividade experimental. Nesse artigo aqui, vamos ficar com a definição de Pereira e Moreira (2017), para eles existem: trabalho laboratorial, trabalho experimental e atividades práticas. Veja a definição de cada um:

Trabalho laboratorial: Aquele desenvolvido de forma metódica nos laboratórios;
Trabalho experimental: Tomar nota, medir, manipular variáveis;
Atividades práticas: Aquelas que o aluno esteja ativamente envolvido, uma visita a um museu, por exemplo.

Existe, ainda, um quarto termo que é a junção de todos os outros três termos apresentados a cima, logo, um mais geral e que utilizaremos daqui pra frente em alguns casos: Atividades prático-experimentais.

Porque usar experimentos? Quais as vantagens?

Há uma série de possibilidades quando pensamos em usar os experimentos, podemos tentar verificar leis e/ou teorias em sala ou até reestruturar conhecimentos prévios dos estudantes, mostrando fenômenos e propondo discussões que contrariam o senso comum deles (ARAÚJO E ABIB , 2003).
    
Os pesquisadores Hoffstein e Lunetta (2004) fazem uma lista de vantagens de se usar os experimentos: o experimento motiva, desperta o interesse, encoraja a aprendizagem ativa, facilita a compreensão de conceitos e por aí vai. 
    
Realmente o uso de experimentos na escola é muito recorrente, tanto que é fácil concordar com Pinho-Alves (2000, p.175), quando o autor fala que a aceitação dos laboratórios no ensino "é quase um dogma". 

É possível usar atividades prático-experimentais na Educação Online?

Se você se ater aos experimentos tradicionais, no caso, aqueles com roteiro fixo e dentro do ambiente do laboratório, certamente as barreiras serão maiores, mas eu te convido a expandir sua ideia sobre experimentos e pensar em atividades prático-experimentais.
    
Dentro desse conceito, você irá encontrar trabalhos como os de Heckler, Motta e Galliazzi (2012) e de Dias, Dias e Libardi que irão tratar da história e das possibilidades de trabalho com atividades práticas na Educação Online. As soluções vão desde coisas mais simples, como usar simulações gratuitas na Web, até coisas mais caras, como enviar kits de experimentos para os alunos (Parece loucura né? Mas já foi feito no passado!).
    
Para responder, então, de forma clara: sim colega professor! É possível e você poderá encontrar bons materiais sobre o tema na internet, inclusive no episódio Top 10 ferramentas para a Educação Online, aqui do Fisiclass, damos não uma, mas 10 ferramentas para te ajudar na educação online, confira:

Simulações substituem experimentos?
    
Já que falamos das simulações, vamos tratar agora dessa pergunta importantíssima. Afinal, já que é mais cômodo para a Educação Online de exatas, posso ou não posso deixar de lado as atividades práticas e os experimentos?
    
Como dizem por aí... a resposta é curta e grossa: Não. Em todos os trabalhos que procuramos e estão nas referências deste texto, não há quem diga que só a simulação é suficiente.
    
Agora você, meu caro leitor, me pergunta o porquê, se é que você aí já não sabe, né?. Bom, primeiro pesa a questão social. O estudante precisa discutir, trabalhar em equipe, assimilar na companhia de seus colegas os achados no momento da experimentação ou da atividade prática e muitas vezes as simulações não dão conta disso. Outro ponto são a deficiência no desenvolvimento de habilidades com manuseio de equipamentos e de comportamento em laboratório de forma geral. 
    
Mas fica a reflexão sobre o assunto: Você substituiria os experimentos por simulações? Por quê? Comentai aí pra gente saber 😉

Dicas e sugestões:

Tá afim de saber como as metodologias ativas entram nessa história? ou você não sabe o que é metodologia ativa e ficou curioso para conhecer? Quer entrar de cabeça no tema? SIM? Ah! Então é muito fácil! No nosso episódio experimentos e simulações na Educação Online tem muito mais, e sabe o que é melhor? Você dá um play, se ajeita na poltrona, relaxa e aprende sobre o tema gratuitamente com nosso podcast, ou se estiver sem tempo, ouve enquanto arruma a casa, está no transito, trabalhando e enfim, aproveita! Link abaixo:

Referências:

1- ARAÚJO, Mauro Sérgio Teixeira de; ABIB, Maria Lúcia Vital dos Santos. Atividades experimentais no ensino de física: diferentes enfoques, diferentes finalidades. Revista Brasileira de ensino de física, v. 25, n. 2, p. 176-194, 2003.
2- DIAS, G. A. O. ; DIAS, E. M. C.  ; LIBARDI, H. . Práticas experimentais em um curso de física EaD. 2014. (Apresentação de Trabalho/Congresso).
3- HECKLER, V..; MOTTA, C. S. ; GALIAZZI, M. C. A Experimentação em Ciências na EaD oportuniza o diálogo Investigativo Coletivo. In: I Seminário Internacional de Educação a Distância - SEMEAD, 2012, NATAL/RN. Caderno: I Seminário Internacional de Educação a Distância - SEMEAD. NATAL/RN: IFRN, 2012. v. 1. p. 1-14. 4- PEREIRA, Marcus Vinicius ; MOREIRA, M. C. A . Atividades prático-experimentais no ensino de Física. CADERNO BRASILEIRO DE ENSINO DE FÍSICA , v. 34, p. 265, 2017.
5- FIOLHAIS, Carlos; TRINDADE, Jorge. Física no Computador: o Computador como uma Ferramenta no Ensino e na Aprendizagem das Ciências Físicas. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 25, n. 3, p. 259-272, 2003.
6-FARIAS, T. C.; LUZ FILHO, A. ; BARBOSA, C. D.MÍDIAS PARA EAD: SIMULADORES E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE FÍSICA EM TÓPICOS DE CINEMÁTICA. In: Simpósio Internacional de Educação a Distância, 2016, São Carlos. Anais do Simpósio Internacional de Educação a Distância, 2016. v. 03. p. 1-12.
7- LABURÚ, C. E. Seleção de Experimentos de Física no Ensino Médio: uma investigação a partir da fala de professores. Investigações em Ensino de Ciências (Online), Porto Alegre, v. 10, n.2, p. 1-19, 2005

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